Tenho um fraco fortíssimo por bares de hotel. Num passado recente, só era possível pedir um coquetel sem ser caipirinha dentro de domínios hoteleiros. Veja bem, antes que me apedrejem, mais do que não ter nada contra a caipirinha, sou fã de uma bem-feita, ainda mais se levar alho como na receita original.
No mais, porque me lembram o Seu Bené, figura sempre presente nas festas lá de casa e com quem aprendi que padrão e guarnição — coisas que não falham em hotéis — fazem toda a diferença num drinque.
De fato, não é exagero dizer que conheço a maioria dos da cidade. Mas, de uns meses para cá, meu coração anda batendo mais forte por um em especial, o Dry Martini, no Sheraton.
Sem muita badalação e perfeito para encontros secretos, a casa tem nos drinques sua grande atração. Como o nome sugere, os martínis são as estrelas do lugar, e há uma coleção exclusiva dedicada a eles. O destaque é o wassabi martini (vodca, wasabi, limão e gengibre, R$ 32). Picante, refrescante, fica elegantíssimo na taça.
Agora, não experimentar a receita original na primeira visita é quase uma desfeita com Javier de las Muelas, espanhol que fundou o bar em Barcelona e espalhou filiais por três continentes: Europa, América e Ásia.
Como em todo bom bar de hotel, os clássicos têm tratamento impecável. E lá é um dos poucos lugares na cidade de onde sai um bem executado Aviation (gim, Luxardo, limão e cereja, R$ 35), uma joia em taça martíni criada no século XX.
Representante do estilo tiki, o spicy mai tai (R$ 38), com Havana 7, Bacardi Superior, limão e extrato de amêndoas, é a pedida para encerrar a viagem. Servido na tradicional canequinha de carranca, tem toda a complexidade etílica que fez eu me apaixonar por bares de hotéis e guarnição digna das criações apoteóticas e cuidadosas de Seu Bené.
Dry Martini
Sheraton Rio. Av. Niemeyer 121, São Conrado — 2529-1289. Seg a qua, das 19h à 1h. Qui a sáb, das 19h às 2h. C.C.: Todos.