"Sem lenço, sem documento" e "organizando o movimento e orientando o Carnaval", estreia nesta quinta-feira "Tropicalistas, o musical" no Teatro Carlos Gomes, sob a direção de Ciro Barcelos, do Dzi Croquettes. No repertório, "Mamãe coragem", "Baby" e "Divino maravilhoso", de Caetano Veloso; "Geleia geral", "Domingo no parque" e "Aquele abraço", de Gilberto Gil; e "Back in Bahia" e "Pra não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré, dentre muitos outros clásssicos da época.
A Tropicália cruzou o céu do Brasil como um cometa barulhento e multicolorido e, hoje, em uma época de instabilidade não tão distante quanto parece da década de 1960, por que não resgatar aquele espírito de valorização da cultura nacional?
- A Tropicália foi e ainda é o movimento cultural mais significativo que tivemos no país, quebrou os paradigmas todos, meteu o pé na porta, libertou a cultura brasileira de uma burguesia elitista que rejeitava suas origens - lembra Ciro. - Essa é a grande sacada da tropicália, e que ainda hoje poucos entendem. O tema continua atualíssimo, hoje em meio ao atual e caótico cenário político que vivemos, não poderia ser mais oportuno.
Ciro foi convidado pela Ouro Verde Produções para "dirigir uma nave que estava à deriva devido a problemas internos" e teria apenas três semanas para levantar o espetáculo que ainda não existia. Parte do repertório já havia sido escolhido, mas Ciro incluiu algumas canções fora do roteiro musical.
- Aceitei o desafio pela paixão que tenho por um tema que fez parte de minha vida, que vivi intensamente na minha juventude, que me deu régua e compasso, e pelo grande amor que tenho especialmente por Caetano, Gil e Gal, meus ídolos e meus amigos.
O espetáculo fica em cartaz de 2 a 19 de junho, de quinta a sábado às 19h; e domingos às 18h. Ingressos a R$ 40.