Inquieto e ousado são alguns dos adjetivos usados para definir o enólogo português António Maçanita, de 39 anos. Escolhido em 2018 o Enólogo do Ano em Portugal pela Revista dos Vinhos, Maçanita também faturou há dois anos o Prêmio Singularidade 2018, da Revista Grandes Escolhas. E é exatamente a ruptura com a tradição o tema da live de Maçanita em seu perfil no Instagram nesta quarta-feira, às 17h:
- Ele é o enfant terrible do vinho português, a ruptura entre o jovem e o tradicional nos vinhedos da Terrinha - detalha o jornalista Pedro Mello e Souza, que vai conversar com Maçanita ao vivo.
Maçanita produz vinhos em cinco regiões diferentes de Portugal. Tem três projetos próprios de produção e, com sua empresa de consultoria, apoia 12 produtores. Outro reflexo de sua força está nos mais de 50 rótulos de assinatura que ele coloca no mercado anualmente. Seus vinhos do Alentejo, Douro ou Açores obtêm frequentemente mais de 90 pontos na Wine Advocate, do crítico Robert Parker, uma das mais importantes do mundo.
- Ele faz vinhos em todas as grandes regiões portuguesas: do Alentejo e do Douro aos Açores, onde foi combatido mas acabou premiado. Descobriu castas antigas em vinhas velhas. Ele entrou no Brasil com a linha Sexy, de brancos que produz no Alentejo, onde tem a vinícola Fita Preta, que transformou em grife de vinhos feitos em outras regiões e em outras vinícolas, em que apoia com parcerias - conta Mello e Souza.
Deu Brasil na cabeça: Espumante gaúcho 130 da Casa Valduga derrota champanhes e é eleito o melhor do mundo
Maçanita megulhou no universo dos vinhos em 2000, nos Açores, mas só fez seu primeiro vinho 4 anos depois. Ao longo desses anos, recuperou castas abandonadas, como é o caso da Negra Mole, no Algarve, e da Terrantez do Pico, nos Açores.
- Com o projeto Maçanita, junto com a irmã, a também enóloga Joana, faz um trabalho com castas ancestrais, como o branco Os Canivéis, com 17 delas. O uso das castas antigas e o esforço em fazer vinhos mais elegantes e equilibrados sem os excessos de extração e de madeiras são frentes de batalhas que ele travou com o mercado inteiro, tanto pela imprensa quanto pelas redes. Quando tornou-se Enólogo do Ano em 2018, acabou a briga.
Como exemplo de seu inconformismo, em 2008, criou o Branco de Tintas, no Alentejo, com a tinta Castelão, quando a Comissao Vitivinicola Regional Alentejana (CVRA) permitiu a compra de uvas brancas fora de região. Também no Alentejo, nasceu o Branco de Talha, em 2010, produzido a partir da tradição romana de vinificação, que "renasceu" nesta década em Portugal.
Nos Açores, ele é um dos defensores da legalização de vinhas de cheiro, “vinhas lindas, algumas com mais de 150 anos”, como as descreve Maçanita em depoimento em seu site.
Os vinhos de Maçanita podem ser encontrados na Buena Importadora. O rótulo Os Canivéis Branco 2016 sai por R$ 199,99. Já o Maçanita Tinto Cima Torgo Touriga Nacional 2015 é vendido por R$ 299,90. Tanto o Sexy Branco 2017 quanto o Sexy Tinto custam R$ 129,90. Também estão a R$ 129 o Fita Preta branco e o tinto. Os preços são de 03/06/2020, com promoção no site.