A carioca OverHop vive um crescimento relâmpago e, a partir desta semana, já não é uma cervejaria cigana - aquela que produz em fábricas de terceiros. A marca foi lançada em agosto. Dois meses depois, recebeu duas medalhas de ouro no Mondial de la Bière, com DarkHop e Hazy. Há duas semanas, a marca se tornou a cervejaria do Brasil com melhor avaliação no aplicativo Untappd, com 4,106 de média contra 4,098 da paulista Dogma. No fim de novembro, alterou de forma drástica a estrutura da ainda nova empresa. A marca ganhou um novo sócio, a cervejaria Mistura Clássica, Angra dos Reis, que tem uma fábrica nova com capacidade de produção de cerca de 200 mil litros por mês.
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- Em nosso planejamento inicial, esperávamos produzir 10 mil litros por mês em dois anos, mas, em três meses, já estávamos fazendo 12 mil. Uma cervejaria cigana, sem fábrica, tem uma margem pequena, não consegue dar esse salto. Uma opção era aumentar o quadro societário, mas, ao invés de entrar alguém para colocar dinheiro, apareceu a proposta da Mistura Clássica, que vai entrar com estrutura de operação, logística, venda e liberdade. Não é uma fusão, eles entraram no nosso quadro societário - explica Rodrigo Baruffaldi, um dos três sócios fundadores da marca e responsável pelas receitas.
Com a nova sociedade, a OverHop deixa de produzir na Angels & Devils, de Nova Friburgo, e passa a utilizar exclusivamente a fábrica da Mistura Clássica, que já era utilizada. Agora, o planejamento passa a ser de um crescimento mensal de 10%, o que faria, em um ano, a cervejaria produzir mais de 30 mil litros por mês. Em janeiro de 2017, duas novas New England India Pale Ale - com a levedura Conan - serão lançadas, uma imperial IPA e uma american IPA. Em 5 de dezembro, um evento no Empório Alto dos Pinheiros marca a chegada dos rótulos em São Paulo. Na semana seguinte, é a vez de Belo Horizonte.
Em março deste ano, a Beertoon, marca do cervejeiro Leonardo Botto e do cartunista Ique, havia anunciado uma fusão com a Mistura Clássica, o que jamais se confirmou. Baruffaldi garante que a experiência trouxe lições, mas vê um formato diferente na nova parceria.
- Apesar de ter sido anunciado, aquela fusão não chegou a acontecer. Desde a produção da cerveja que está chegando no mercado nesta semana, a operação da OverHop já é feita neste novo modelo. Já temos cliente com nosso chope distribuído pela Mistura Clássica - disse. - Não enxergamos como uma fusão. Não fazemos parte do quadro societário da Mistura (Clássica). Eles participam com a opinião nas decisões de produção e de marketing, mas nos sentimos independentes. A ideia é continuarmos na mesma pegada.
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