Por quase um ano fiquei na expectativa para saber em que se transformaria a antiga floricultura do Leme. Sabia que seria a nova casa de Juliana Reis, do Epifania Oriental (que fica logo ali na esquina) e que teria um quê de inferninho. Nada mais.
E veio o Manifesto BCA (Bar e Cozinha Artesanal): cozinha aberta, balcão de caixotes, mesas quase na calçada no térreo, e a opção de um subsolo com ar condicionado bombando, distante do ir e vir do passeio. Tentador.
Alguns degraus abaixo, o menu mostra a versatilidade de Juliana, indo do ceviche de peixe branco, cebola roxa, tomate, coentro e chips de banana (R$ 23) ao sanduíche, no pão da casa, de pernil de porco desfiado com queijos, maionese de alho confit, mostarda e coleslaw (R$ 24). Para tapear, bruschettas (R$ 13) de creme de gorgonzola, cogumelo-de-paris e ervas; ou de burrata, tomate confit, tapanade e pesto.
Nos drinques, a casa ainda derrapa um pouco. Na carta, o Ruby Gin Tonic (R$ 24) aparece como uma infusão fria de flores e frutas vermelhas, tônica e alecrim. Mas foi feito com saquinho de chá embebido em gim com gelo, tônica e alecrim. Os clássicos Jack and Coke (R$ 24) e Jägermeister (R$ 20, a dose) honram o espírito roqueiro que paira ali, principalmente sobre o minipalco para shows.
Para seguir sem riscos, a carta de cervejas artesanais é sem afetações. São 18 opções, 15 nacionais. Um dos destaques é a carioca Piva, uma czech amber lager (R$ 22, 600ml).
Apesar da música alta e intensa — é um lugar mais para grupos do que para primeiros encontros —, esperava um pouco mais de escuridão para arrematar o clima malvadão prometido lá atrás. Nada que alguns ajustes e uma iluminação menos dura não resolvam, e façam as coisas pegarem fogo por lá.
Onde é?