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Vinho ícone do Alentejo é lançado no Brasil: Garrafeira dos Sócios Tinto 2017

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O enólogo Rui Veladas

Um ícone do Alentejo – a maior região produtora de vinhos de Portugal – aportou no Brasil: o tinto Reguengos Garrafeira dos Sócios 2017 (R$ 457,90, na Casa Flora). Ele é produzido apenas em safras excepcionais pela Carmim, uma cooperativa criada em 1971 e que hoje conta com 450 viticultores com 3 mil hectares de vinhas. É um corte de três uvas: Alicante Bouschet (65%), Aragonez (20%) e Touriga Nacional (15%).

- Nosso critério é muito exigente e, por esta razão, não o lançamos todos os anos. O anterior foi em 2014. A primeira edição foi em 1982, que supostamente não seria comercializada. Não fizeram mais do que mil garrafas. O objetivo era fazer um vinho que era a nata do ano, engarrafar o melhor vinho daquela safra. E entregar uma garrafa a cada associado, mas alguns foram comercializados. A partir da segunda edição, transformou-se numa marca nossa e um ícone da região – explica o enólogo Rui Veladas.

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Veladas explica que há vários momentos de decisão para se definir se haverá um Garrafeira dos Sócios em uma safra. Foram apenas 15 até hoje:

- Em primeiro lugar, escolhemos varietais com maior potencial de produzir um Garrafeira. Algum Alicante Bouchet, alguma Touriga Nacional, alguma Trincadeira, algum Aragonez. Ou alguma mais rara, como a Tinta Caiada, que tem o inconveniente de ser inconstante. Estagiamos em barricas separadas e, a partir dos 12 meses, começamos a fazer ensaios em laboratório até encontrarmos o lote que satisfaça. Aí tomamos a decisão de engarrafar ou não. Se não encontramos naquela safra perto dos 18 meses ou dos 24 meses uma boa solução, deixamos de fazer naquele ano e recomeçamos a guerra na colheita seguinte – detalha Veladas.

O Garrafeira dos Sócios 2017

Veladas acrescenta que, mesmo quando se decide engarrafar, a evolução em garrafa não é totalmente previsível e se pode destinar aquele vinho a outra linha da Carmim.

- Há três momentos em que tomamos decisões. Só a última é definitiva, a de certificar como Garrafeira.

O enólogo explica que 2017 foi uma campanha com uma primavera relativamente desfavorável, com produção 30% menor que a de um ano médio, que costuma ser de 30 mil garrafas:

- A colheita foi na última semana de agosto e na primeira de setembro. Essas produções muito baixas, aliadas a um ano de clima favorável, produziram hiperconcentrações, como houve em 2011. Mas eu diria que com melhor equilíbrio de uva do ponto de vista de acidez. Essas características estão na taça. Especialmente do ponto de vista do tanino, que está bastante enérgico. Há muita estrutura. Dá a entender que terá muitos anos pela frente, pelo menos uma ou duas décadas – aposta ele.

Rui Veladas descreve o 2017 como um vinho com bastante complexidade aromática, com aromas de fruta preta compotada, além da bergamota da Touriga Nacional, alcaçuz e mentolado.

- É um vinho entre os melhores Garrafeiras que produzimos até hoje. Em especial pelas condições do ano, com baixíssimas produções de vinha. Está com muito potencial - aposta o enólogo.

A safra 2017 recebeu 93 pontos pela Revista Adega, que o deescreveu como "um vinho grande e um grande vinho, que precisa de mais tempo em garrafa para mostrar todas as virtudes".

Carmim: cooperativa do Alentejo, a maior região produtora de Portugal

Para o diretor da Casa Flora Importadora Adilson Carvalhal Junior, o fato de não ser elaborado todos os anos é um indicativo de grande qualidade do rótulo: 

- Como alguns grandes vinhos do mundo, ele não é produzido se a safra não atinge os critérios estabelecidos. Só isso é um sinal de exigência de alta qualidade, pois abre mão do aspecto comercial em favor de ter um ícone de linha que representa a máxima qualidade que só grandes safras podem dar. Com certeza, a edição 2017 vai ser um dos grandes ícones. É uma garrafa que merece ser guardada para ocasiões especiais.

Para o professor e diretor da Associação Brasileira de Sommeliers Fernando Lima, o Garrafeira dos Sócios 2017 representa muito bem o Alentejo.

- É um excelente vinho, complexo, intenso e persistente, com notas de frutas negras maduras. Na boca, é encorpado, equilibrado, redondo e com taninos macios. Está prontíssimo para ser apreciado.


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