Foi lançado no país o vinho chileno Escudo Rojo Baronesa P. (R$ 600, na Wold Wine), que faz homenagem à baronesa Philippine de Rothschild. A francesa foi responsável pela expansão de Baron Philippe de Rothschild no país sul-americano, com os projetos Almaviva e Escudo Rojo – que elaboram rótulos premiados e entre os melhores do Chile. O vinho é um corte com 78% Cabernet Sauvignon, 6% Carmenere, 6% Petit Verdot, 5% Cabernet Franc e 5% Syrah. Passa 15 meses em barricas de carvalho francesas (60% novas). Apresenta notas de frutas pretas maduras, especiarias, como pimenta preta, tabaco e toques de caramelo. Combina com carnes vermelhas grelhadas, churrasco, carnes suínas e de cordeiro, embutidos e queijos duros.
- O projeto do Baronesa P. é muito emocionante. Eu conheci a baronesa Philippine. Era mágica, carismática. Uma artista que se encarregou da empresa após a morte do pai, e a revolucionou. Quis fazer um vinho que a representasse, um estilo francês no Chile – avalia o enólogo francês Emmanuel Riffaud, que vive naquele país e é apaixonado pelo potencial dos vinhos de lá, ao apresentar o rótulo em visita ao Rio.
O enólogo detalhou que o conceito que desenvolveu no rótulo foi de assemblage (mistura de uvas) e uso do Cabernet Sauvignon do Maipo.
- É um vinho ícone, a segunda safra que produzimos. Sua elegância e frescor permitem que você siga conversando com o vinho. Ele não cansa. Não busco concentração, mas elegância. Ele representa muita paixão e muita alma - revela o enólogo.
Emmanuel Riffaud conta que a safra de 2019 foi espetacular, com mais mineralidade e uma estrutura tânica especial e muito particular:
- Os taninos estão mais suaves. E ele tem 78% de Cabernet Sauvignon, como os grande vinhos de Pauillac (região de Bordeaux) – descreve.
O rótulo obteve 94 pontos pela Revista Adega, que considerou o tinto “mais ambicioso da casa” e “que impressiona pela nitidez com que mostra a uva Cabernet Sauvignon plantada no Vale do Maipo. “Exuberante nos aromas, mostra notas florais, de ervas e de especiarias doces envolvendo a sua fruta, lembrando ameixas e amoras”, segundo a avaliação. Também recebeu 97 pontos de James Suckling e 95 pontos do Guia Descorchados.
Para harmonizar, as indicações são carnes vermelhas grelhadas, churrasco, carnes suínas e de cordeiro, embutidos e queijos duros. A sugestão é que seja decantado por cerca de duas horas antes de ser degustado.
Quem foi Philippine Rotschild
A baronesa Philippine Rotschild era a única filha do barão Philippe de Rotschild. Atriz na Comédie-Française, deixou sua carreira artística após a morte do pai e assumiu os negócios da família à frente da Baron Philippe de Rothschid em 1988. Inspirada no pioneirismo do pai, que criara em 1978 o Opus One na Califórnia, considerado um dos melhores vinhos do mundo, ela decide abrir uma frente no Chile, atraída pelos terroirs de qualidade daquele país e pela possibilidade de produzir vinhos de alta gama.
Philippine se encantou pelo Vale do Maipo, região chilena que dá origem a rótulos de Cabernet Sauvignon de excepcional qualidade. Em 1997, ela se associou às famílias Larrain e Guilisasti – leia-se Concha y Toro – para a criação da Almaviva, um dos mais premiados e elogiados vinhos da América do Sul. Dois anos depois, ela decide reforçar sua atuação no Chile e lança Escudo Rojo. A experiência os enólogos da casa Baron Philippe de Rotschild é usada para elaborar vinhos naquela região. As linhas mestras são a seleção de parcelas – dos microterroirs do vinhedo – e a arte de fazer os cortes, uma ciência que em Bordeaux se domina com precisão.