Das planícies ensolaradas do Alentejo, vêm para o Brasil os vinhos da Montes dos Perdigões, lançados no mercado daqui pela Barrinhas. Seus rótulos são produzidos em uma casa repleta de História e de cultura. O local já abrigou, no século XVI, o humanista português Damião de Góis, e, posteriormente, o maestro e compositor Luís de Freitas Branco.
- Somos uma vinícola com 500 anos de história. São 500 hectares, sendo 300 de vinhas. Não temos só vinhas, também amendoeiras e gado. Produzimos 1,8 milhão de garrafas por ano. Somos uma empresa familiar, estamos muito próximos do negócio – detalha o diretor Nuno Maia, em visita ao Rio para apresentar os vinhos.
Cerca de 80% da produção da Montes dos Perdigões são vendidos em Portugal, e o Brasil surge agora como um caminho para os vinhos dessa casa do Alentejo central. Para a Barrinhas, esses rótulos fazem parte do movimento de diversificação do portfólio da importadora, processo que vem ocorrendo há dois anos:
- Vivemos um momento interessante de planejamento, e a Montes dos Perdigões faz parte dessas novidades – descreve Rafael Romano, diretor comercial da Barrinhas. Segundo ele, a vinícola tem projetos ambiciosos para o Brasil. Romano cita ainda a qualidade dos produtos e o diferencial em relação à imagem da vinícola.
As uvas são escolhidas a dedo e fermentam em balseiros de carvalho francês e em lagares de mármore alentejano, conhecidos pela elevada inércia térmica. Na elaboração dos rótulos, a tradição de uma das mais apreciadas denominações de origem de Portugal se une à escuta do que o consumidor do século XXI busca:
- Usando tecnologia, buscamos vinhos diferentes, que o consumidor procura. Nossos vinhos não são feitos para o enólogo, mas para o consumidor. Procuramos ainda uma produção sustentável, com cuidado com o solo, que é pobre nesta região, e com a água, que é um recurso escasso no Alentejo. É a maior região produtora de vinhos, muito complicada para se trabalhar porque é seca. E sem água não há vida – relata Nuno Maia.
Entre os vinhos trazidos para o país, estão os da linha Montes dos Perdigões, com a assinatura do enólogo Pedro Baptista, um dos mais respeitados de Portugal e o nome por trás do Pêra-Manca Tinto. O Monte Perdigões Colheita Selecionada Branco 2020 (R$ 129) é feito com as portuguesas Antão Vaz e Gouveio e a francesa Viognier. Apresenta notas de frutas de caroço, como pêssego.
- Esse vinho branco tem estágio parcial em madeira e em inox. Tem acidez, mineralidade e fruta, além de frescor – descreve Nuno.
Da mesma linha, há o Colheita Selecionada Tinto 2020 (R$ 179), de coloração rubi intenso, com aromas de frutas silvestres maduras, além de frutas pretas e especiarias. As uvas são Aragonez, Trincadeira e Cabernet Sauvignon.
- As uvas são colhidas e vinificadas separadamente. Depois é que fazemos o corte – detalha Nuno.
Da linha Poliphonia, também de Pedro Baptista, são vendidos o Reserva Branco (R$ 298,99) e o Signature Tinto 2016 (R$ 849). O branco é de Antão Vaz, Arinto e Viognier. É um vinho estruturado, que revela notas cítricas e minerais. Foi fermentado em barricas de carvalho francês, onde permaneceu nove meses sur lies com batonnage periódica.
Já o tinto é elaborado com Syrah, Alicante Bouchet e Petit Verdot. Seus taninos são elegantes, e os aromas são intensos de flores, frutas compotadas e cassis:
- O Signature é produzido apenas em anos de grandes safras. É o vinho que fazemos melhor, Nosso expoente máximo.