Já devia ter bem uns dez anos que não ia ao Esch Café. Na última vez, foi uma noite bem tiozão, com muito uísque, charutos e uma banda tocando Beatles — horrorosa por sinal. Talvez por isso, tenha ficado tanto tempo longe de lá.
Até que outro dia resolvi saber a quantas andava um dos veteranos da Dias Ferreira, e descobri um novo bar. Veja bem, os uísques, os charutos e os tiozões continuam lá. Estava tudo igual, mas diferente.
A tabacaria é bem Clube do Bolinha mesmo. Mas, justiça seja feita, ninguém me fez cara feia, e confesso, me senti um dos “caras”.
Como era domingo à tarde, achei prudente pegar leve. Fui de Tom Collins (R$ 20), um clássico injustamente renegado por sua simplicidade. Feito de gim, limão, açúcar e água com gás, foi preparado pelo Chicão, 30 anos de bar e no Esch desde que abriu.
Por sugestão dele, segui com um Daiquiri La Floridita (R$ 23): rum Havana Club, limão, açúcar e maraschino. Honesto, mas preciso voltar para um Glenfiddich 15 anos (R$ 49, a dose) ou um Macallan Amber (R$ 72, a dose) — se for numa sexta, os dois.
Embalada pela trilha oitentista, pedi canapés de cebola (R$ 34), igualmente renegados hoje em dia.
Antes que perguntem, não saí com perfume de cinzeiro. Ainda que charutos e cigarros sejam permitidos — afinal é uma tabacaria —, o sistema de exaustão é poderoso e dá conta do fumacê.
Esch Café — Leblon
Rua Dias Ferreira 78- A, Leblon (2512-5651). Seg, das 15h até meia-noite. Ter a sáb, do meio-dia à 1h. Dom, das 14h às 22h. C.C.: Todos.