O enólogo François Hautekeur vai revelar, em uma live nesta terça-feira, os segredos por trás dos seis espumantes produzidos pela Chandon no Brasil. O francês está desde 2013 no Brasil e é gerente de Comunicação Enológica da Moët Hennessy.
- O Brasil é um país de espumantes em termos de elaboração, mas ainda não em consumo. Já é mais consumido que o vinho branco. Mas pode ser mais divulgado. O espumante não é só para festas. É uma bebida perfeita para um país quente - afirma.
François Hautekeur trabalha no coração da empresa, em Garibaldi, no Rio Grande do Sul, integrando o comitê de degustação. "Eu sei o trabalho que dá fazer um espumante de padrão de qualidade alto", diz ele:
- O primeiro segredo é a uva. Produzimos 40% delas e compramos 60% de produtores da Campanha Gaúcha. Somos muito exigentes, mas também generosos. Pagamos bem. É um sistema de mão dupla que funciona há quase 50 anos - detalha Hautekeur, que vai também conduzir uma degustação com alguns rótulos da empresa no perfil da Associação Brasileira de Sommeliers/RJ no Instagram (@abs_rj).
- Nossa busca é um espumante mais complexo, aromático e aveludado. Queremos que a degustação seja um prazer para o consumidor. Ele merece. Se fosse só marketing, funcionaria um ou dois anos, mas estamos há 47 anos no Brasil. E fazer esse produto não é barato.
François Hautekeur diz que o Réserve Brut é o carro-chefe da Chandon, com 60% das vendas. É feito com 35% de Pinot Noir, 35% de Riesling Itálico e 30% de Chardonnay, e tem 10g/l de açúcar residual:
- É leve, delicado, refrescante e equilibrado. Tem maciez e um bom corpo, em razão da Pinot Noir, que é uma uva de Champagne que tem essas características. Ele é ideal para fazer festa, beber dançando. Não chama comida. Pode ser a bebido sozinho a noite toda. É perfeito para celebrações, como casamentos, batizados, festas - explica.
Para harmonizações, Hautekeur diz que ele vai bem com carnes brancas e frutos do mar. Deve-se evitar a combinação com carne vermelha, sabores doces e agridoces, além de pratos com muitas especiarias.
Já o Brut Rosé é mais versátil para harmonizações. É feito com Pinot Noir (40%, sendo 10% vinificado em tinto), Riesling Itálico (30%) e Chardonnay (25%). Tem 14 g/l de açúcar residual:
- Ele é mais versátil, pois harmoniza com carnes vermelhas e brancas. É um tesouro para a gastronomia. Em uma mesa em que quatro pessoas peçam pratos diferentes, ele permite que todos possam beber juntos a mesma garrafa. Fica perfeito com sobremesas de frutas vermelhas, mas não com sobremesas muito doces. Isso porque tem apenas 14g/l de açúcar, não é um demi-sec.
O Riche Demi-Sec tem 70% de Riesling Itálico, 15% de Chardonnay e 15% de Pinot Noir. É meio-doce, com 35 g/l de açúcar residual. Harmoniza com pratos agridoces, fortes e até picantes, queijos fortes (roquefort, gorgonzola), sobremesas como tortas de maçã e sorvete de creme:
- Ele é docinho, mas não é enjoativo. Permite harmonizações originais. Ele tem mais Riesling Itálico, que dá uma riqueza aromática. É frutado,com aromas de frutas tropicais amarelas, como abacaxi, manga e damasco, com um toque de baunilha. É interessante também em drinques.
O Riche pode ser usado na receita do drinque Chandon Fresh, que é feito com gelo e uma fatia de laranja:
- Ele arrasa, é incrível. No calor, é refrescante, agradável e sedutor.
Passion com aromas frutados
Já o Passion On Ice é um caso à parte na relação dos espumantes, feito com uvas totalmente diferentes, como a Moscato Canelli (47,5%), a Malvasia de Cândia (47,5%) e 5% de vinho tinto Pinot Noir:
- A Pinot Noir entra com um toque para o blush, o rosa claro. A Malvasia e a Moscato são muito aromáticas: pêssego, lichia, jambo, rosas e framboesa. Assim como o Riche, é meio-doce, com 35 g/l de açúcar. Recomendamos com pedras de gelo. É melhor, mais refrescante, dá mais prazer.
Na hamonização, é semelhante ao Riche. É um trunfo com sobremesas de frutas vermelhas ou negras.
O Passion casa bem também com a culinária tailandesa, sushis e sashimis. Para quem gosta de drinques, uma receita leva Passion, gelo, gengibre e meia lua de limão siciliano.
- O limão dá tonicidade. Mas quem prefere mais doce faz sem o limão - explica.
Já o Chandon Excellence Brut e o Rosé são os espumantes de maior prestígio da Chandon. Respondem apenas por 1% das vendas da casa:
- A linha Excellence é mais tudo. Eles são superiores a muitos champanhes, mas as pessoas não conhecem. Estão na faixa de preço de R$ 150, metade de um champanhe, mas nesse nível tem muitos espumantes importados como caves e proseccos. O brasileiro acha melhor o importado. Mas quem prova uma vez fica fiel. São pelo menos trê3 anos de trabalho. Tem persistência, corpo, complexidade - detalha.
O Excellence Brut e o Rosé têm uma combinação de Chardonnay e Pinot Noir, com amadurecimento de 12 meses em tanques e 18 meses na garrafa, no mínimo, antes de sua comercialização.
O Excellence Brut é feito com 65% de Pinot Noir e 35% de Chardonnay e tem 8 g/l de açúcar residual. Pode ser bebido como aperitivo e harmoniza com camarão e lagosta, cogumelos, carpaccios, sushis, vieira, peixes leves. Por sua estrutura, pode se comportar como um vinho tinto à mesa.
Já a composição do Excellence Rosé tem 74% de Pinot Noir (com 24% vinificado em tinto) e 26% de Chardonnay. São 9g/l de açúcar. Também pode ser servido como aperitivo e combina com cogumelos, carpaccios, camarão e lagosta, vieira, peixes leves, carne branca, cordeiro, queijos meio-fortes.
Quem quiser participar da degustação pode comprar o kit com três garrafas Baby Chandon (187 ml cada) com as versões brut, rosé e Riche (R$ 69), ou o de quatro garrafas de 750 ml com os espumantes brut, rosé, Riche e Passion (R$ 252). Pedidos pelo telefone 98494-7334 até esta segunda-feira. A live será nesta terça-feira, dia 16, às 20h.