Quem ama vinhos com Pinot Noir terá uma aula esta noite com o enólogo chileno Mario Geisse, da premiada Família Geisse, a partir das 19h, no Instagram da @Enocultura. A vinícola da Serra Gaúcha é conhecida pelos espumantes de qualidade. Geisse vai traçar um panorama da produção de Pinot Noir no Brasil e no Chile e seus desafios. E vai comparar o Pinot feito pela vinícola em Pinto Bandeira, no Rio Grande do Sul, com a versão elaborada em Paredones, no Chile. A conversa será com o professor e sócio da Enocultura Paulo Brammer:
- É incrível a trajetória dele. Nasceu em Limarí, que é uma região magnífica de vinhos e, ainda na década de 1970, foi para Itata, que hoje se se destaca muito por seus vinhos. Por sorte, teve um encontro com o Brasil em 1976, começando o projeto da Chandon. De lá para cá, foi absolutamente vital para o desenvolvimento da vitinicultura brasileira, principalmente no foco em espumantes. Foi um dos primeiros a fazer um levantamento de solo fantástico. Estabeleceu Pinto Bandeira como uma IG de altíssima qualidade para espumantes.
Para Brammer, o que Geisse trouxe de mais importante para o Brasil foi o foco em um estilo de produção:
- A Família Geisse entendeu o que melhor poderia extrair desse terroir específico, apostou nisso e vem se desenvolvendo anualmente. Não sai tentando fazer todos os tipos de vinhos no mesmo lugar. Isso é fundamental. E ele traz essa expertise de trabalho do outro lado dos Andes, com o Chile, com uma vasta linha de produção e uma área favorável à produção de várias outras castas. É bastante vanguardista, no sentido de tentar entender quais são os melhores tipos de produção para determinadas regiões.
No Brasil, a Família Geisse só produz espumantes, à exceção do rótulo Vinhedos Hood:
- O único vinho tranquilo deles é esse Pinot Noir Vinhedos Hood. E como Mario Geisse produz vinho nos dois países com essa casta, vamos contrastar as regiões e métodos de produção. O Pinot deles é muito interessante. No Brasil, na parreira que é usada para espumante, deixa-se um cacho que é colhido dias depois, para produzir o vinho tranquilo. É totalmente diferente do Pinot Noir de Paredones, no Chile.
Brammer explica que a proposta não é uma competição de melhor e pior para a Pinot:
- No Brasil, não temos tanta experiência com a Pinot. É pequena a produção quando comparada com a chilena. Trata-se de uma casta muito difícil para as nossas condições climáticas, combinando com solo desfavorável. Produtores estabelecidos na parte costeira do Chile vêm trabalhando com Pinot Noir há um bom tempo. Essa influência já mostra bons resultados não só em Casablanca, Lo Abarca, Aconcagua Costa, e San Antonio, no Chile, como Sonoma Coast (Califórnia, Estados Unidos), Walker Bay (África do Sul), Yarra Valley (Austrália), Martinborough (Nova Zelândia) - detalha.
Brammer diz que, de um vinho feito com a uva Pinot Noir, pode-se esperar delicadeza:
- Espero uma certa finesse, uma certa sutileza. Ao mesmo tempo, bastante intensidade de fruta, quando se fala de aromas primários, mais voltados à fruta e à fermentação da uva. A gente fala de cerejas, framboesas, morangos silvestres, até, às vezes, de aromas florais como a violeta. E uma capacidade linda de amadurecer muito bem. Quando envelhece, passa a notas terciárias de terra, cogumelos, talvez animais. É uma casta que não aceita tão bem madeira nova, porque pode sobrepassar sua delicadeza. Mas não é o caso da grande maioria dos grand crus da Borgonha, onde teoricamente se fazem os melhores vinhos Pinot Noir. Lá, é usada madeira nova, 100%. Mas se trata de um terroir muito específico. Tem um fruto muito potente, que aceita muito bem essa madeira de primeiro uso. Mas é único, a terra sagrada. Essa é a beleza da Pinot Noir como varidade.
Paulo Brammer afirma que, na live, serão abordadas essas facetas da Pinot Noir:
- Existe a ideia de que a Pinot do Novo Mundo tem a fruta mais polida, mais madura, mais destacada. A do Velho Mundo tem aromas mais terciários, mais vegetais, uma fruta mais contida. Além disso, vamos falar de formas de vinificação, usando o cacho inteiro, o talo. E o que isso influencia, pode passar para o vinho.
Os dois vinhos que serão degustados podem ser comprados com desconto de 10% (o Vinhedos Hood - código HOOD10 - e o chileno Costero 2019 - código ENOCULTURA, em sites que negociaram com a escola Enocultura.
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Mais Pinot Noir
Quem quiser mais sugestões de rótulos de Pinot Noir tem, no site da catarinense Villaggio Bassetti, o Ana Cristina é vendido com desconto de 20% e sai a R$ 95,20. Ele foi eleito, por dois anos seguidos, o melhor Pinot Noir do Brasil, pelo Guia Adega de Vinhos Brasileiros (2017-2018 e 2016-2017).
Já na Cave Nacional, o Casa Marques Perreira Pinot Noir sai a R$ 105.
A Las Chicas del Vino oferecem o chileno Cantoalba Pinot Noir 2018 a R$ 69; o brasileiro Helios Pinot Noir 2018 a R$77; o chileno Ventisquero Herú Pinot Noir 2012 a R$ 199; e o americano King State Pinot Noir 2012 a R$289. Encomendas pelo Instagram ou pelo WhatsApp 21 98850-5225.
A Fine Wines vende o chileno Leyda Reserva Pinor Noir 2018, a R$ 99; o neozelandês Marlborough Sun 2017 a R$ 149; e o chileno orgânico Ritual 2016 Pinot Noir (93 Pts James Suckling) a R$ 159.
A World Wine oferece os chilenos Clos des Fous Subsollum Pinot Noir 2015 (93 pontos James Suckling e 92 pontos Adega), a R$ 150; Clos des Fous Latuffa Pinot Noir 2017 (93 pontos Robert Parker) a R$ 220; e Clos des Fous Pucalán Arenaria Pinot Noir 2016 (94 pontos James Suckling e 94 pontos Robert Parker), a R$ 327.
O Pão de Açúcar Adega vende o chileno Chilensis Pinot Noir Reserva, a R$ 69,99, e o Santa Rita Secret Reserva Pinot Noir a R$ 79,99.
Já o Clube Extra tem o argentino meio seco Trapiche Pinot Noir Mendoza a R$ 44,99 e o Pinot Noir Aurora a R$ 32,99.