Numa das minhas incursões etílicas por Botafogo — aquele bairro cercado de bares por todos os lados — notei que o velho Manolo andava apagadinho, apagadinho. O “culpado” estava logo ali, do outro lado da rua: o Casarão 1903.
Com a fachada tombada, a construção do início do século XX, que por anos abrigou um boteco, ganhou roupa nova este ano. Seguindo dress code do momento, tem como peças principais cervejas e hambúrgueres (são sete).
Amplo e iluminado, o salão, com tijolos rústicos à mostra, é cheio de surpresas na decoração. Nas prateleiras de ferro, objetos retrô dividem espaço com caixas, copos e garrafas, tal qual os secos e molhados de antigamente, com direito a escadinha de correr e tudo. Uma graça.
Uma distração importante, já que a primeira rodada de cerveja pode demorar. As mais de 200 opções na carta, a maioria carioca, deixam muita gente na dúvida. E, vá lá, o atendimento disperso também não ajuda muito.
Fiel às minhas origens 021, provei a Hi5 da 2cabeças, uma Black Ipa (R$ 34, 500ml) levemente amarga, floral e torradinha no final — o chamado retrogosto pelos cervochatos. Para ir além, a curitibana DUM Jan Kubis (R$ 27) ou a americana Anchor Old Foghorn (R$ 43), ambas de 355ml, são companhias bem agradáveis para a noite.
Na hora da fome, os pratos com títulos de clássicos do rock inspiraram um menu britânico, com Queen e The Animals. Comecei com We Will Rock You (R$ 32,90): pirulitos de cordeiro com molho de maçã verde. E fechei com The House Of The Rising Sun (R$ 32,90): 180g de blend de ossobuco e bacon, com gruyère mais batatinhas e salada. Para não dizer que não falei de drinques, o molho do sanduíche era de negroni.
Casarão 1903
Rua Marquês de Olinda 94, Botafogo
Tel.: 2551-9749
Dom e ter a qui, das 17h30m à 1h. Sex e sáb, das 17h30m às 2h.
C.C.: Todos.